terça-feira, 16 de setembro de 2008

Parte 3 - Os caminhos que precisamos percorrer.

A existência do Plano Real provocou, desde sua implantação, uma situação inusitada à vida econômica do país. Essa situação demorou exatos quatro anos. O plano criou uma dicotomia de caminhos dúbios: se, por um lado, estancou a sangria desatada dos aumentos abusivos de preços, por outro, fez com que a estabilidade, por si só, se demonstrasse inerte a fim de levar a economia ao caminho de um desenvolvimento sustentável. Isso porque, durante todo primeiro governo FHC, o erro grasso praticado ao sobre valorizar a moeda nacional, colocou toda a atividade produtiva nacional à beira do abismo. Nesse período de tempo, - 1.994-98 -, a farra dos importados invadiu o mercado local, levando com isso boa parte da indústria brasileira a total quebradeira. Esse período marcou ainda o aprofundamento do endividamento externo brasileiro. Importamos de tudo e esquecemos de capacitar nossas empresas para competir internacionalmente. Resultou-nos uma atividade produtiva fraca e pífia.
Com a desvalorização da moeda, praticada em janeiro de 99, a expectativa era de reversão desse quadro. Entretanto, o avanço das exportações ainda não aconteceu. Atualmente, o Brasil está exportando cerca de 6% de produção bruta anual, enquanto que o mundo desenvolvido atinge marca de exportação superior a 20%. Quanto menores forem as exportações, maiores serão as dificuldades na hora de gerar empregos. Estima-se que para cada US$ 1 bilhão de dólares de exportações, haja uma correspondente geração interna de 60 mil empregos. Para aumentarmos às exportações, urge aliviar-se o setor exportador dos pesadíssimos impostos. Nos últimos cinco anos, o saldo da balança comercial tem registrado consecutivos déficits. Afora o lado econômico, a questão social agoniza pela falta de atitudes. Todos nós somos sabedores desde o princípio da existência da humanidade que a educação é responsável direta pelo bom desempenho de qualquer país.Entretanto, o nosso ainda, dentro do século XXI, insiste em relegar à educação um papel secundário. Investe-se a parca quantia de 3,7% do PIB, enquanto países bem avançados continuam investindo, em média, de 8% a 10% do produto interno. O exemplo japonês é bastante notório. Ao final da Segunda Grande Guerra, e tendo que levantar a todo custo seu país, o governo japonês chegou a investir cerca de 14% de seu PIB em educação. Resultou, então, que em apenas 40 anos saíram de uma posição desconfortável pós- II Guerra para se colocar como Segunda maior potência econômica, nos idos dos anos 80. Nos dizeres do professor Cristovam Buarque, falta termos “mania de educação”. Diz o referido professor que é muito difícil levar 150 milhões de pessoas às escolas, mais é perfeitamente possível levar a escola aos 150 milhões de habitantes, instalando para isso, em cada canteiro de obras desse país, (p. ex.), uma sala de aula. Difícil é aceitar a existência de 17% de analfabetismo , perante os 170 milhões de habitantes. São cerca de 19 milhões de pessoas que não possuem “acesso ao mundo”, pois não sabem ler e escrever. O curioso é descobrir que, se comparado a América Latina, superamos apenas à Bolívia, no quesito número absoluto de analfabetos/população.

Nenhum comentário: